Aos 60 anos de idade a joaçabense Marinês Corbari Collusso, moradora do bairro Flor da Serra, se transformou numa referência regional na restauração de imagens sacras. Uma atividade rara principalmente pelo fato dela ser desenvolvida
por prazer nas horas vagas entre a rotina da lavoura e de dona de casa. Nesta terça-feira (06) a equipe de reportagem da Rádio Catarinense visitou o Atelier improvisado que funciona na travessa Silvestre Corbári, em frente ao campus da Unoesc. Em companhia do esposo Sérgio, a dona de casa Marinês revelou detalhes do trabalho artesanal que realiza em Joaçaba há 17 anos. Ela conta que ganhou gosto pela restauração em 1996 quando foi convidada pela amiga Zelinda Coppi para iniciar um trabalho de recuperação das capelinhas que percorrem as casas com imagens sacras. Aos poucos ela foi atendendo pedidos de pessoas que tinham imagens quebradas ou danificadas. Ao longo dos 17 anos ela construiu mais de 300 capelinhas e recuperou mais de 200 imagens dos mais diversos tamanhos. “Pessoas de toda região me procuram, até mesmo de cidades do Paraná e do Rio Grande do Sul”.
Esmero e delicadeza são palavras que resumem a profissão adotada por Marinês Corbári Collusso. Trata-se de um processo trabalhoso e o tempo para recuperar uma imagem depende do estado em que ela chega às mãos Marinês. O trabalho pode ser feito em uma semana ou levar até 60 ou mais dias para ser concluído. “Tudo depende do jeito que as imagens chegam e também o clima tem que ajudar, pois em dias de muita umidade o gesso demora muito pra secar prejudicando nosso trabalho” disse Marinês. As partes que mais danificam nas imagens, principalmente por quedas, são as mãos e cabeças das estátuas feitas de Gesso. Mas além de recuperar a parte danificada existe toda uma preocupação com os pequenos detalhes de acabamento e principalmente com a pintura. “É difícil acertar o tom, muita vezes eu pinto a mão e fica diferente do rosto aí sou obrigada a fazer toda peça” explicou a restauradora.
Um dos maiores trabalhos realizados por ela foi a recuperação do presépio da Igreja Matriz de Herval d’Oeste. Foram restauradas 28 peças que receberam correções com gesso e uma pintura nova. Com delicadeza e muita paciência ela busca a originalidade da imagem que pode custar no mercado até R$ 7 mil. Questionada pela nossa reportagem quanto ela cobra pelo trabalho de restauração ela respondeu: “Não faço isso por dinheiro, faço por que gosto e no início eu cobrava apenas o material que usava pois vai gesso, tinta, e muitos pincéis e deixava livre para que a pessoa ajudasse”.
Marinês, que trabalha em sua própria casa, pode ser uma das únicas restauradoras de imagens sacras no Sul do Brasil. Uma verdadeira artista da Fé que com mãos divinas devolve a devoção aos fiéis. O fone de contato com a restauradora é (49) 3521-0651.
Fonte: Rádio Catarinense
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