22 de outubro de 2013

Obesidade

Nutricionista Mariana Otto
A Organização Mundial da Saúde (OMS) fez uma projeção em relação à obesidade 
para o ano de 2015: 
2,3 bilhões de pessoas com excesso de peso e 700 milhões de obesos. 
O Brasil atualmente ocupa no ranking da OMS a 77ª posição.

A obesidade é causa de incapacidade funcional, de redução 
da qualidade de vida, redução da expectativa de vida e aumento 
da mortalidade. Nas últimas décadas, a prevalência de obesidade vem aumentando exponencialmente, atingindo homens e mulheres 
de todas as faixas etárias, já sendo caracterizada 
como uma epidemia mundial.

De acordo com a OMS, a obesidade pode ser conceituada como o acúmulo anormal ou excessivo de gordura no organismo que pode levar a um comprometimento da saúde. Isso porque essa condição corporal pode promover o desenvolvimento de diversas doenças no ser humano, dentre elas, podemos destacar: diabetes mellitus do tipo II e disfunções cardiovasculares, que são, atualmente, as principais causas de morte no Brasil. Além disso, o sujeito obeso tem alta probabilidade de desenvolver vários distúrbios de ordem psico-social, tais como: depressão, transtornos de ansiedade e alteração de imagem corporal. Todas essas consequências, atribuídas e associadas ao excesso de gordura corporal, fazem com que a obesidade, na sociedade contemporânea, seja considerada um grave problema de saúde pública. 

De uma forma geral, a etiologia da obesidade pode ser de caráter multifatorial, apontando a obesidade como resultante de vários fatores, atuantes, na maioria dos casos, de forma combinada.
Fisiologicamente, a obesidade trata-se de uma doença resultante de um desequilíbrio nutricional provocado por um balanço energético positivo que se dá, por sua vez, na medida em que o sujeito ingere mais energia do que é capaz de gastar. Assim, tem se um acúmulo de energia que, por ação do hormônio insulina, é convertida a gordura.

Tendo em vista esta dinâmica fisiológica, a obesidade está fortemente associada ao "estilo de vida", mais especificamente, no que se refere à prática de atividade física e alimentação. 
Nesse sentido, sabe-se que quanto mais ativo é o "estilo de vida" de uma pessoa, menor é a probabilidade desta se tornar um sujeito obeso. E quanto mais rica é a alimentação de um sujeito em açúcares, lipídeos e alimentos industrializados, também são maiores as chances deste sujeito tornar-se obeso.

Os hábitos de vida ocidentais caracterizam-se por uma oferta ilimitada de alimentos baratos, palatáveis, práticos e de alta concentração energética. Focadas em aumentar a lucratividade, as empresas que produzem alimentos industrializados vêm fazendo combinações de gordura, açúcar e sal que são "hiper-palatáveis". Na verdade, os produtores tentam encontrar um ponto em que as pessoas comam certo produto e fiquem com vontade de comê-lo mais vezes. Assim, salgadinhos, doces e refeições prontas podem ter o mesmo efeito sobre o cérebro que o tabaco. E, com isso, a ingestão de nutrientes inadequados à saúde se torna cada vez mais frequente.

Alia-se a isso um sedentarismo crescente, com a prática de atividades físicas cada vez mais dificultadas, principalmente nas grandes cidades e aumento de tempo dedicado às atividades de baixa intensidade, como assistir televisão, usar computador e jogar videogame. Esta é a influência da evolução tecnológica no estabelecimento de um "estilo" predominantemente inativo da população.

Além do "estilo de vida hipoativo", nos últimos anos houve uma tendência da população de um modo geral, em substituir as principais refeições por lanches rápidos, conhecidos como fast-food. Outrora os pais devido ao trabalho e as transformações provocadas pela vida moderna transferem esses hábitos ditos incorretos para seus filhos, prejudicando assim a alimentação adequada das crianças. 

Algumas dicas alimentares são validas na prevenção 
e também na melhoria do quadro da obesidade, são elas;

• 1. Faça de 5 a 6 refeições por dia, ideal é 
comer uma menor quantidade mais vezes ao dia;

• Coma diariamente pelo menos 3 porções de legumes 
e verduras como parte das refeições, e 3 porções ou 
mais de frutas nas sobremesas e lanches;

• Consuma diariamente 3 porções de leite e derivados, 
e uma porção de carnes, aves, peixes ou ovos;

• Consuma no máximo uma porção por dia de óleos 
vegetais, azeite, manteiga ou margarina;

• Evite refrigerantes e sucos industrializados, 
bolos, biscoitos doces e recheados, sobremesas 
(pudins e tortas), etc;

• Diminua a quantidade de sal na comida 
e retire o saleiro da mesa;

• Beba pelo menos 2 litros (6 a 8 copos) de 
água por dia. Dê preferência ao consumo de 
água nos intervalos das refeições;

• Pratique pelo menos 30 minutos de atividade 
física todos os dias, e evite as bebidas alcoólicas e o fumo;

• Identifique os desencadeadores ("gatilhos") da 
alimentação. Procure distinguir se o que sente é fome/gula 
ou compulsão. Viva as emoções, não desconte nos alimentos;

• Use uma lista durante as compras. 
Não faça compras em jejum ou com fome.

• Preste atenção nos rótulos dos alimentos. Lembre-se que um alimento que não contem açúcar, pode conter muita gordura.

• Dê preferência as preparações assadas, cozidas ou grelhadas.

• Coma uma variedade de alimentos ricos em fibras: aveias, 
pães integrais, vegetais e frutas (com bagaço). As fibras ajudam 
a reduzir as taxas de colesterol e auxiliam na perda de peso.


Fonte: Rádio Videira AM