Edgar Nunes fatura em média R$ 500,00
por semana com papelão e plástico
No dia a dia conturbado do trânsito de Joaçaba, no meio de buzinas, acidentes, sirenes, engarrafamentos, um homem de 58 anos cumpre uma rotina diária que perdura por mais de três décadas. Visto por todos, mas ao mesmo tempo um personagem anônimo na multidão, o gaúcho Edgar Nunes é o catador de lixo mais antigo de Joaçaba e Herval d’Oeste.
A reportagem da Rádio Catarinense foi conhecer na manhã desta quarta-feira (03) a rotina deste cidadão que está inserido no cotidiano da cidade. Com boné azul para amenizar os raios solares, de chinelo havaianas gastos pelos quilômetros de caminhadas, com mãos calejadas e fisionomia séria estampada no rosto, o catador deu uma pausa em sua rotina para atender nossa reportagem.
O encontro, sem nenhuma formalidade, aconteceu em plena XV de Novembro, quase em frente ao prédio da Rádio Catarinense diante de olhares curiosos de motoristas e pedestres. Surpreso com nossa abordagem, seu Edgar abriu um sorriso quando descobriu que estava sendo assediado pela imprenssa e foi logo estacionando o carrinho para não atrapalhar o trânsito. Simples no modo de se expressar, como tem que ser a vida, ele foi contando que veio para Joaçaba com 18 anos, trabalhou em algumas empresas, mas só encontrou a felicidade mais tarde com a profissão de catador de papel. Ele relatou que acorda cedo, pega seu carrinho e sai pelas ruas em busca de papel, plástico e até ferro. Nestas andanças ele informou também que procura sempre recolher outros lixos que encontra nas ruas, deixando desta forma a cidade mais limpa.
Elogiado por muitos, criticado por outros, ele vai levando a vida empurrando seu carrinho e assumindo a responsabilidade por lixo produzido por terceiros e dando a destinação correta.
Levando a risca a tese de que as “oportunidade estão aí, basta aproveitá-las” o catador fatura em média de R$ 400 a R$ 500,00 por semana. De real em real pelo serviço ele chega atingir R$ 2.500,00 por mês de salário e com dignidade. “Eu vivo bem, pago minha luz, minha água e minha comida” destacou ele.
O gaúcho em solo catarinense mora sozinho em Herval d’Oeste e desempenha sua função com orgulho e sem qualquer constrangimento. Nas esquinas, curvas, cruzamentos de Joaçaba ele pode ser encontrado dividindo espaços com automóveis ou agachado recolhendo o lixo que a sociedade produz.
Por Marcelo Santos
Fonte: Rádio Catarinense
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