5 de julho de 2013

DICAS DE SAÚDE; Gastrite

Dr. Jacson Antonio Sant
O estômago é um dos órgãos que compõem 
o sistema digestivo. Quando nos alimentamos, todo 
o alimento, depois de mastigado na boca, vai para o estômago, onde 
é feita a digestão. No estômago encontramos células que produzem enzimas e outras que produzem o ácido clorídrico. Revestindo o estômago, temos uma mucosa que o protege da ação desse ácido, 
e a gastrite nada mais é do que inflamação dessa mucosa de revestimento.

Causas

Entre as causas mais comuns, podemos citar:
Infecção pela bactéria Helicobacter pylori (H.pylori). 
Abuso de álcool.
Uso frequente de anti-inflamatórios não esteroides. 
Uso de aspirina em doses altas.
Intoxicações alimentares.

Tipos de Gastrite

Gastrite aguda

Gastrites agudas permitem uma abordagem mais simplificada, por serem de aparecimento súbito, evolução rápida e facilmente associadas a um agente (causa): 

Medicamentos, infecções e estresse físico ou psíquico podem levar a uma gastrite aguda. 

Ácido acetilsalicílico (aspirina, AAS), anti-inflamatórios não esteroides, corticoides, bebidas alcoólicas e a ingestão acidental ou suicida de certas substâncias corrosivas são exemplos de agentes agressores. 

Alimentos contaminados por germes, como bactérias, vírus, ou por suas toxinas são causa frequente de inflamação aguda do estômago, como parte de uma infecção, genericamente conhecida como gastroenterite aguda. 

Situação bastante conhecida é a hemorragia digestiva superior aguda, com vômitos e evacuações com sangue. Deve-se lembrar de que o vômito apresenta como característica a cor vermelho "vivo", ou a presença de coágulos, o que se denomina hematêmese. Em relação à evacuação, como este sangue é digerido por bactérias no decorrer do trânsito intestinal, este se apresenta de cor enegrecida e com odor forte, chamado de melena. No entanto, nos casos em que ocorre um sangramento muito intenso, não há tempo para que ocorra a digestão deste sangue, e desta forma a evacuação também se caracteriza pela eliminação de sangue vermelho "vivo".

A hemorragia digestiva pode ocorrer como complicação de situações graves como o estresse pela longa permanência dos doentes em UTI (Unidade de Tratamento Intensivo), em períodos pós-operatórios, em pacientes com queimaduras em extensas áreas do corpo, em politraumatizados ou em pacientes com infecção generalizada (chamada de septicemia).
Gastrite crônica

Em relação à gastrite crônica, também, existe muita confusão, principalmente no que se refere aos sintomas e à relação com os agentes causadores.

Sabe-se que a bactéria Helicobacter pylori pode determinar uma gastrite crônica. Esta bactéria vive muito bem em ambientes ácidos, como é o caso do estômago. No entanto, o Helicobacter pylori leva à destruição da barreira protetora que reveste a mucosa do estômago, permitindo que o ácido gástrico agrida a própria mucosa gástrica, o que leva à inflamação da mesma, caracterizando a gastrite.

Como a infecção pela bactéria é crônica, a inflamação também segue este padrão. Na gastrite crônica atrófica, situação em que diminuem muito as células da mucosa do estômago, existe considerável redução na produção do ácido gástrico, que é importante para a "esterilização" do que ingerimos e para a digestão dos alimentos. A gastrite atrófica deve ser vista com atenção pelo médico e paciente, já que a evolução desta forma de gastrite para a atrofia gástrica está relacionada com o aumento da incidência de câncer de estômago.

Por vezes, a bile que o fígado descarrega na porção inicial do intestino delgado (chamado de duodeno), reflui para o estômago, causando inflamação crônica. Estes fatores, atuando isoladamente ou em conjunto, podem determinar gastrite crônica.

Gastrite crônica atrófica

Ocorre quando os anticorpos atacam o revestimento mucoso do estômago, provocando o seu adelgaçamento e perda de muitas ou de todas as células produtoras de ácido e de enzimas. Esta perturbação afeta normalmente as pessoas mais velhas. Também tem tendência para ocorrer nas pessoas a quem foi extirpado parte do estômago (procedimento cirúrgico chamado gastrectomia parcial). A gastrite atrófica pode provocar anemia perniciosa porque interfere com a absorção da vitamina B12 presente nos alimentos

Sinais e Sintomas

A maioria dos casos crônicos não apresenta sintomas.
Já na gastrite aguda, quando existem queixas, são muito variadas:
Dor e queimação no abdômen. 
Azia. 
Perda do apetite. 
Náuseas e vômitos. 
Distensão epigástrica (região do estômago).
Sensação de saciedade alimentar precoce, mesmo com a ingestão de pequenas porções de alimentos. 
Sangramento digestivo, nos casos complicados, demonstrado pela evacuação de fezes pretas (melena) e/ou vômitos com sangue (hematêmese). 
Por deficiência de absorção de Vitamina B12 e ácido fólico, pode ocorrer anemia manifestada por:
Fraqueza. 
Ardência da língua (glossite).
Irritação dos cantos dos lábios (comissurite). 
Diarreia. 
Mais raramente, alterações neurológicas envolvendo memória, orientação e coerência, quadro clínico relacionado à gastrite atrófica.

Diagnóstico

Histórico clínico e endoscopia (exame que permite visualizar a mucosa do estômago) são fundamentais para o diagnóstico da gastrite, o que não exclui a necessidade de fazer uma biópsia, ou seja, retirar fragmentos da mucosa estomacal para análise mais minuciosa ao microscópio.

O diagnóstico de gastrite não pode ser dado apenas com base nos sintomas. Há pacientes com muitos sintomas que não têm gastrite, e há outros com pouco ou nenhum sintoma que podem ter o estomago todo inflamado. A intensidade dos sintomas também não é um bom preditor de gravidade da gastrite. Ter muita ou pouca dor no estômago não significa que a gastrite é mais ou menos grave. Há pacientes com gastrite erosiva e úlceras que referem pouca dor e há pessoas com sintomas fortíssimos, que apresentam pouca ou nenhuma inflamação do estômago quando fazem a endoscopia digestiva.

A endoscopia é um exame que permite enxergar diretamente à mucosa, mostrando alterações sugestivas de algum tipo de gastrite. Entretanto, 40% dos casos de gastrite crônica nada mostram. Por isso, considera-se que o diagnóstico das gastrites crônicas é, fundamentalmente, histológico, ou seja, pelo exame microscópico de fragmentos da mucosa colhidos por pinça de biópsia que passa através do próprio endoscópio.

Tratamento

Quando diagnosticado o tipo de gastrite, o médico iniciará o tratamento. Se o diagnóstico apontar gastrite aguda, o médico poderá suspender o remédio que está causando a dor, e acrescentar um medicamento que neutralize, iniba ou bloqueie a secreção ácida do estômago.

Quando a gastrite é crônica, o médico, a partir da endoscopia, pode fazer tratamentos locais ou até mesmo receitar antibióticos para erradicação da bactéria H. pylori.

O tratamento está relacionado ao agente causador. Nos casos de gastrite aguda associada ao uso de medicações anti-inflamatórias, sua suspensão e/ou substituição, associada ao uso de medicamentos que neutralizem, que inibam ou bloqueiem a secreção ácida do estômago, é o tratamento básico.

Não há consenso sobre a vantagem de tratar a bactéria H. pylori quando há gastrite sem úlcera, pois não tem sido observada uma melhora significativa dos sintomas digestivos. Nos casos em que há a indicação do tratamento para a erradicação da bactéria, este consiste na administração de antibióticos e de bloqueadores da produção de ácido gástrico.

Prevenção

Evitar o uso de medicações irritativas como os anti-inflamatórios e a aspirina, evitar medicamentos sem ordem medica , evite tomar sal de fruta e antiácidos, pois eles não aliviam nem curam gastrite, só servem para indigestão. Muitas pessoas confundem e recorrem a medicamentos que só vem a prejudicar o seu estado. Evitar o abuso de bebidas alcoólicas e do fumo.

Existem controvérsias quanto ao hábito da ingestão de café e chá preto influir nas gastrites, por isso o seu consumo deverá depender da tolerância individual.

A melhoria das condições sanitárias, do tratamento da água de consumo doméstico, da higiene pessoal (lavar as mãos antes de tocar alimentos), dos cuidados no preparo e na conservação dos alimentos, faz decrescer significativamente as vítimas das toxinfecções alimentares (gastroenterites).

Recomendações

Respeite os horários das refeições. Separe algum tempo para café da manhã, almoço e jantar tranquilos não é luxo, é necessidade;
Prefira fazer pequenas refeições ao longo do dia a fazer uma grande refeição;

Mastigue bem os alimentos, pois a digestão começa na boca;
Dê preferência a frutas, verduras e carnes magras;
Não fume;

Evite tomar analgésicos, café, bebidas alcoólicas e as que contêm cafeína;

Procure um médico e siga suas recomendações se tiver azia, má digestão e sensação de estômago cheio depois de ingerir pequenas porções de alimentos.


Fonte: Rádio Videira AM


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